O Brasil tem enfrentado enormes desafios quando o assunto é a gestão de resíduos sólidos. Mesmo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) estabelecendo prazos para o fechamento dos lixões, muitos deles continuam ativos em diversas cidades. Um exemplo disso é o lixão localizado em Brasília, que até pouco tempo atrás carregava o título de “maior lixão da América do Sul”. Este post vai explorar os detalhes desse lixão, sua história, os desafios enfrentados pelas autoridades e a dura realidade dos catadores de materiais recicláveis.
A Situação dos Lixões no Brasil
A Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010, determinou que os lixões deveriam ser eliminados até 2014, obrigando todas as cidades a criarem aterros sanitários. No entanto, em 2015, o Senado aprovou uma prorrogação dos prazos para o fechamento dos lixões, empurrando essa meta para datas que variam entre 2018 e 2021, dependendo do porte do município.
Apesar dessa prorrogação, Brasília manteve o seu lixão a céu aberto, o famoso Lixão do Jóquei, que se tornou símbolo do atraso no cumprimento da PNRS. Mesmo com algumas tentativas de autuação, o governo local não conseguiu encerrar completamente as atividades do lixão no tempo previsto. Isso contraria as diretrizes nacionais e internacionais sobre gestão de resíduos, colocando a cidade em uma posição delicada.
O repórter Marcio Pimenta foi visitar o “Lixão do Jóquei”, de responsabilidade do governo do Distrito Federal. Há apenas 15 km de distância da Praça dos Três Poderes ele fotografou o maior lixão a céu aberto da América Latina. Nele trabalham entre 600 a 2 600 pessoas em uma área de 200 hectares com morros de lixo de até 50 metros de altura. É o destino de 100% do lixo coletado no Distrito Federal. Em números isso significa 2,8 mil toneladas de Resíduos Sólidos Urbanos por dia e entre 6 mil e 8 mil toneladas de resíduos da construção civil.
O Lixão do Jóquei em Brasília
Localizado a apenas 15 km da Praça dos Três Poderes, o Lixão do Jóquei, em Brasília, foi considerado o maior lixão da América do Sul. Com uma área de 200 hectares e montanhas de lixo que chegam a 50 metros de altura, o local foi, durante anos, o destino de todo o lixo gerado na capital federal. Cerca de 2,8 mil toneladas de resíduos sólidos urbanos eram despejadas diariamente no local, além de outras 6 mil a 8 mil toneladas de resíduos da construção civil.
O lixão não só impactou o meio ambiente, como também afetou diretamente as condições de trabalho de milhares de catadores. Estima-se que entre 600 e 2.600 pessoas trabalharam no lixão, muitas delas em condições insalubres, expondo-se a perigos como seringas, cacos de vidro e outros materiais cortantes. Esses trabalhadores conviviam com urubus, pombas, ratos e moscas, competindo por espaço em meio ao lixo.
O Papel dos Catadores no Lixão de Brasília
Os catadores de materiais recicláveis desempenham um papel crucial no sistema de resíduos do Brasil. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estima que, em 2013, havia cerca de 600 mil catadores no país, responsáveis por aproximadamente 90% dos materiais recicláveis recuperados. No entanto, trabalhar em lixões como o de Brasília é uma tarefa degradante e perigosa.
Os catadores do Lixão do Jóquei ganhavam, em média, entre R$ 1.200 e R$ 1.500 por mês, dependendo da quantidade de material que conseguiam coletar e vender. Embora o rendimento possa parecer relativamente bom, as condições de trabalho são precárias e extremamente insalubres. Muitos catadores temiam perder essa fonte de renda com o fechamento do lixão e a implementação de novas medidas de gestão de resíduos.
A Transição para o Aterro Sanitário
A esperança de uma solução mais sustentável surgiu em 2016, quando estava previsto o início das operações do Aterro Sanitário Oeste. O novo aterro foi planejado com base em estudos de impacto ambiental, prometendo uma abordagem moderna e mais responsável para o tratamento de resíduos. A expectativa era que, com o início do funcionamento desse aterro, o Lixão do Jóquei fosse finalmente desativado, encerrando suas atividades e liberando a área para um possível projeto de reabilitação ambiental.
Essa transição marcou um ponto importante na gestão de resíduos em Brasília, pois o aterro sanitário é uma solução mais segura e adequada do ponto de vista ambiental. Diferente dos lixões, onde o lixo é simplesmente depositado sem qualquer tratamento, os aterros sanitários são projetados para minimizar o impacto ambiental, controlando o chorume e os gases liberados pela decomposição do lixo.
Desafios da Logística e Gestão dos Resíduos
Apesar da criação de aterros sanitários ser um passo importante, a gestão dos resíduos em cidades como Brasília enfrenta desafios logísticos complexos. A coleta seletiva, por exemplo, ainda é ineficiente em muitos bairros, e a infraestrutura para o transporte e processamento dos resíduos recicláveis precisa de melhorias.
Além disso, a transição do lixão para o aterro não resolve completamente a questão dos catadores. Muitos deles dependem diretamente do acesso ao lixo para garantir sua subsistência, e a falta de políticas públicas que integrem esses trabalhadores ao novo sistema de gestão de resíduos pode gerar um impacto social negativo. Programas de inclusão social, capacitação e alternativas de trabalho são essenciais para que a mudança no sistema de resíduos seja sustentável a longo prazo.
Conclusão: O Futuro da Gestão de Resíduos em Brasília
A história do maior lixão da América do Sul, localizado em Brasília, é um exemplo claro dos desafios que o Brasil enfrenta na gestão de resíduos sólidos. Mesmo com políticas públicas bem estabelecidas, como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a implementação dessas medidas tem sido lenta e cheia de obstáculos.
A desativação do maior Lixão do Jóquei foi um passo importante para a capital federal, mas o sucesso da transição para uma gestão de resíduos mais eficiente depende da continuidade de investimentos em infraestrutura, educação ambiental e inclusão social dos catadores. O Aterro Sanitário Oeste oferece uma solução mais sustentável para o descarte do lixo, mas ainda há muito trabalho a ser feito para que a coleta seletiva e a reciclagem se tornem mais eficazes na cidade.
A jornada de Brasília na luta contra o acúmulo de resíduos e a busca por uma gestão de lixo mais sustentável continua. A capital tem o potencial de se tornar um exemplo positivo para o resto do país, desde que as medidas adequadas sejam tomadas para garantir um futuro ambientalmente seguro e socialmente justo.
EL maior lixão da América do Sul pode ter sido fechado, mas a missão de melhorar a gestão de resíduos e proteger o meio ambiente continua sendo uma prioridade urgente para Brasília e para todo o Brasil.
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Resumen
A questão dos catadores é bem delicada. Antes da desativação é necessário promover a inserção destas pessoas no mercado de trabalho ou criar cooperativas para que eles continuem tendo fonte de renda. Além disto se faz necessária também a educação ambiental destas pessoas para que compreendam de fato os motivos pela extinção dos lixões e tenham consciência do papel que desempenham para a sociedade.
E necessário cria políticas publicas para diminui o descarte incorreto do lixo , contudo realizar parcerias com empresas para atuar diretamente coletando, reciclando e reutilizando, com isso, o governo poderia gerar emprego priorizando os catadores , legalizando o seu trabalho e gerando renda, fazendo movimentar a economia.